Passo decisivo para a Privatização destes importantes Serviços Públicos Municipais

O processo de reestruturação de serviços da CML, desencadeado pelo actual Presidente da CML, pretende definir desde já a “externalização” de importantes serviços da CML, entre os quais e surpreendentemente os actuais serviços do DRMM - Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica.

Contrariando o que até agora vinha sendo afirmado pelo próprio Presidente da CML e as orientações propostas no estudo efectuado, que em principio deveria servir de base à proposta formal de reestruturação apresentada, avança-se agora com a extinção do DRMM propondo-se em sua substituição a criação de uma simples divisão, pendurada na órbita do gigantesco e agora proposto DHUCU que por sua vez é apontado como, “Área de Serviços Externizável” concretizando-se assim a machadada final no DRMM.

As tentativas de privatização nesta área já remontam aos anos 80. Mas com firme a oposição dos trabalhadores e suas organizações, conseguiu-se sempre evitar que a prestação destes serviços públicos essenciais ao funcionamento da nossa cidade caísse nas mãos dos interesses privados, cujo fim único é a obtenção do máximo lucro com o mínimo custo. E nesse mínimo custo, entra a exploração máxima dos seus trabalhadores, com contrapartidas mínimas em termos de direitos e de salários.

Recordemos antes de mais o seguinte:

As propostas do Governo para a criação das carreiras especiais de bombeiros profissionais em corpos de bombeiros detidos e mantidos na dependência de municípios são retrógradas, desvalorizam a carreira, desregulamentam o direito à família, ao lazer e à vida social, não respondendo minimamente às propostas oportunamente apresentadas pelos Sindicatos.

Reafirmámos, na reunião negocial com o Governo realizada no passado dia 4 de Novembro, a nossa oposição às medidas apresentadas neste processo, centrando a intervenção em torno das questões da vergonhosa desvalorização salarial, do conceito de disponibilidade permanente para todo e qualquer serviço, dos horários de trabalho desajustados às realidades dos corpos de bombeiros, do aumento da idade para aposentação numa profissão de desgaste rápido como a de bombeiro, da própria destruição da carreira e das categorias de bombeiro existentes, que causarão muitos transtornos ao serviço operacional prestados por estes.

Entre os dias 9 e 23 de Novembro, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa promove um conjunto de plenários e visitas a diversos locais de trabalho. Ao abrigo da lei sindical todos os trabalhadores abrangidos têm dispensa para participar nos plenários.

Mais de 100 mil trabalhadores participaram na manifestação nacional convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública da CGTP-IN.

A luta contra as medidas do governo PS, com a cumplacência do PSD, como a redução salarial, a retirada de direitos, a destruição dos serviços públicos, os sucessivos aumentos dos impostos, com o consequente aumento do custo de vida e a perda em média de 10% do poder de compra, conduziu milhares de trabalhadores de todo o país, da administração pública central, regional e local, às ruas de Lisboa!

Foi uma demonstração inequívoca de total repúdio face a estas medidas de austeridade!

Foi sem dúvida, um excelente contributo para a importância e mobilização da Greve Geral do dia 24 de Novembro!