As propostas do Governo para a criação das carreiras especiais de bombeiros profissionais em corpos de bombeiros detidos e mantidos na dependência de municípios são retrógradas, desvalorizam a carreira, desregulamentam o direito à família, ao lazer e à vida social, não respondendo minimamente às propostas oportunamente apresentadas pelos Sindicatos.

Reafirmámos, na reunião negocial com o Governo realizada no passado dia 4 de Novembro, a nossa oposição às medidas apresentadas neste processo, centrando a intervenção em torno das questões da vergonhosa desvalorização salarial, do conceito de disponibilidade permanente para todo e qualquer serviço, dos horários de trabalho desajustados às realidades dos corpos de bombeiros, do aumento da idade para aposentação numa profissão de desgaste rápido como a de bombeiro, da própria destruição da carreira e das categorias de bombeiro existentes, que causarão muitos transtornos ao serviço operacional prestados por estes.

Perante tudo isto o Governo não apresentou qualquer proposta alternativa, escudando-se no facto de não ter sido ainda possível ouvir a Associação Nacional de Municípios Portugueses nesta matéria, como se fosse a ANMP a responsável por todo este ataque a uma carreira fundamental para a defesa e salvaguarda de pessoas e bens.

O STML e o STAL continuarão a fazer tudo para combater este projecto e a defender os interesses dos trabalhadores no seguimento das deliberações tomadas pelos trabalhadores no grande Plenário Nacional realizado em Lisboa no passado dia 20 de Outubro e reafirmam o apelo a todos os trabalhadores para uma adesão massiva à Greve Geral de 24 de Novembro, fazendo assim eco da indignação e da revolta que é transversal aos mais diversos sectores do País, e muito em especial dos Bombeiros, que não podem deixar de repudiar este vergonhoso ataque do Governo Sócrates à carreira e direitos dos Bombeiros Sapadores e Municipais.

Vamos continuar a luta!

Para além da forte participação na Greve Geral de 24 de Novembro, o Plenário de Bombeiros aprovou um conjunto acções reivindicativas a levar a cabo, de que se destaca:

• Recolha de Abaixo-assinado dos bombeiros até 14 de Dezembro e entrega a 15 de Dezembro de 2010 na Assembleia da República.
• 13 de Janeiro de 2011 – Distribuição de comunicado à população em locais a definir e junto aos Hospitais de Norte a Sul do país.
• 03 de Fevereiro de 2011 – Concentrações nos Governos Civis

No âmbito deste processo negocial o STML e o STAL têm vindo a realizar uma ronda de audiências com os grupos parlamentares dos partidos com assento na Assembleia da República, tendo até ao momento, já efectuado reuniões com o PEV, o CDS e o PCP.

Em todas estas audiências ficou claro que o projecto do Governo tal como está não só não corresponde aos anseios dos trabalhadores do sector mas poderá também representar um grave risco para a segurança de pessoas e bens, revelando um profundo desconhecimento por parte do Governo das realidades operacionais dos bombeiros.