O dia 8 de março é um marco fundamental da luta pela emancipação das mulheres trabalhadoras. Foi neste dia que em 1857, as operárias têxteis norte-americanas saíram à rua exigindo melhores condições de trabalho e direitos iguais aos homens. Aliás, do fim do século XIX ao início do século XX, multiplicaram-se por inúmeros países as lutas por melhores condições de trabalho e de vida das mulheres trabalhadoras, muitas vezes barbaramente reprimidas pelas forças policiais. Neste contexto, por intermédio da revolucionária alemã Clara Zetkin, é proposto em 1910 na Conferência Internacional de Copenhaga, que o 8 de março passasse a ser considerado como o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

O 8 de Março assumiu, desde então, o marco simbólico de um processo de luta que ainda hoje mantém a sua atualidade e se desenvolve com a força de quem trabalha.

Em Portugal, só com a revolução do 25 de Abril de 1974 e pela primeira vez na nossa História, foi possível garantir na nova Constituição de 1976, direitos iguais para as mulheres portuguesas no campo socioeconómico, político, cultural, sexual e reprodutivo. Contudo, do texto constitucional à vida do dia-a-dia, muito há ainda por reivindicar e conquistar.

As mulheres continuam a auferir rendimentos inferiores aos homens; discriminadas demasiadas vezes nas oportunidades de progressão na carreira e/ou ascensão a cargos de chefia; sujeitas a uma dupla e tripla jornada de trabalho, face a responsabilidades parentais e tarefas domésticas muitas vezes assumidas a solo. No mundo do trabalho em termos mais gerais, as mulheres lideram os números do desemprego, da precariedade e dos baixos salários. São também as mulheres o principal alvo da violência e do assédio.

No município de Lisboa, as mulheres são discriminadas nos seus direitos, como no impedimento de usufruir as horas para amamentação que a lei determina, afastadas de determinadas funções só porque são mulheres, ou ignoradas e desvalorizadas nas suas reivindicações.

São muitas as razões que nos motivam a comemorar o Dia 8 de Março, relembrando e lutando por melhores condições de vida e de trabalho, pela igualdade de oportunidades e pelo fim de todo o tipo de discriminações. O que as mulheres trabalhadoras exigem igualmente são melhores salários e a erradicação de todas as formas de violência a que são sujeitas. Exigimos ainda melhores funções sociais do Estado, principalmente no campo da educação, da saúde e da habitação.

Integrada na Semana da Igualdade da CGTP-IN, o STML irá comemorar o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora a 08 de março na sala Bernardo Sassetti, antigo Jardim de Inverno do Teatro São Luís, entre as 9h00 e as 12h00.

Convidamos todas as trabalhadoras da Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e Empresas Municipais de Lisboa a estarem presentes nesta ação de convívio e luta.

Ao abrigo da lei sindical, esta iniciativa terá dispensa ao trabalho das 08h30 às 13h00 do dia 8 de março.