STML e STAL intervêm na Reunião Pública de Câmara sobre o impasse na empresa
Os sindicatos intervieram, finalmente, no passado dia 27 de julho na Reunião Pública de Câmara, dando voz às expetativas e reivindicações dos trabalhadores da GEBALIS. Foram necessárias três tentativas, conforme recordou o Presidente do STML, para que as expetativas e reivindicações dos trabalhadores pudessem ser escutadas pelo Executivo Municipal, considerando a impossibilidade em intervir nas reuniões públicas de maio e junho.
Foi ainda observado pelo STML que "os assuntos que aqui nos trazem são sempre do interesse dos trabalhadores do Município", sendo por isso também do superior interesse da cidade que servem.
A situação na GEBALIS revela um impasse sobre os aumentos salariais de 2021 e 2022, recusando a atual Administração cumprir com o disposto do Acordo de Empresa (AE) em vigor, em termos de negociação, além de não aceitar o acordado entre a anterior administração e o STML e STAL para o ano de 2021, isto é, de um aumento de 10€ para cada trabalhador.
Foram estas as questões colocadas pelo STML, relembrando a tutela (a CML), enquanto único acionista da GEBALIS, a sua responsabilidade em desbloquear este impasse.
Em suma, existem condições para subir os salários. Os profissionais em causa dão o seu melhor em prol do serviço público municipal. Os trabalhadores, contudo, sentem-se defraudados perante o desrespeito pelo acordo estabelecido.
Daí que o presidente do STML tenha apelado à tutela para que incuta bom senso aos gestores da GEBALIS para que respeitem os compromissos assumidos.
Apesar da independência da administração, o Presidente da CML reconheceu a sua responsabilidade nesta matéria. Carlos Moedas comprometeu-se, por isso, a chamar os gestores para saber o que se está a passar. O responsável camarário garantiu, entretanto, estar «do lado da luta dos trabalhadores».
Os vereadores da oposição também fizeram questão de abordar o problema. João Ferreira (PCP) salientou que a Autarquia deve imprimir, nas condições gerais de funcionamento das empresas municipais, «prioridades e opções» consideradas importantes do ponto de vista político. Quem trabalha nas empresas municipais, lembrou o Vereador, é imprescindível ao bom funcionamento da vida coletiva na Cidade. João Ferreira pediu ainda ao presidente da CML para dar «feedback» sobre o resultado prático do contacto que irá manter com os conselhos de administração.
Inês Drummond (PS), por seu turno, também é da opinião que a Câmara pode dar «orientações estratégicas» que «valorizem o capital humano das empresas» sem comprometer a autonomia de gestão.
Rui Tavares (Livre), por seu lado, saudou a «singularidade» da intervenção do STML: «Fez lembrar a todos os presentes na sala que os trabalhadores de Lisboa servem os munícipes, são munícipes e são funcionários da CML». O Vereador aconselhou o presidente do Município a estabelecer, anualmente, prioridades e objetivos comuns que reflitam os valores da Câmara e da Cidade. A valorização dos trabalhadores e a preservação de boas condições de trabalho foram colocadas à cabeça. Rui Tavares sugeriu igualmente a Carlos Moedas a criação de uma «carta de prioridades e objetivos das empresas municipais». Isto sem violar a sua autonomia, mas estabelecendo metas a atingir.
Beatriz Gomes Dias (BE), ao usar da palavra, fez saber que já havia reunido com o STML para avaliar a situação dos trabalhadores da CML. Questões como a precariedade, o abuso laboral ou o "outsourcing", assegurou, até já foram levadas a várias reuniões. Segundo a Vereadora, será necessário avaliar tais situações de modo a permitir uma «intervenção estruturada» que «garanta o completo cumprimento dos direitos dos trabalhadores».
O STML e o STAL vão aguardar pelo "feedback" da reunião da administração da GEBALIS com o Presidente da CML. Em tempo oportuno, realizar-se-á um plenário geral.
Unidos e determinados, somos sempre mais consequentes!
Sindicaliza-te!
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