Concentração às 15h00 no Marquês de Pombal
Pré-aviso de greve das 12h00 às 21h00. Todos à manifestação! Que ninguém fique em casa!
Temos um Governo que prefere ignorar as condições de vida dos trabalhadores portugueses, em particular os da administração pública. Ignora a taxa de inflação e o aumento do preço dos bens essenciais. E de tudo o resto. Principalmente ignora as consequências que estes aumentos têm na vida de quem trabalha, aqueles que auferem salários baixos ou muito baixos, os mesmos que há mais de uma década não têm os seus rendimentos valorizados.
Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, os trabalhadores da administração pública viram o seu poder de compra diminuir, em média, 6,5% (?!). Por carreiras, verificam-se reduções na ordem dos:
Assistente operacional
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- 6,8%
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Assistente técnico
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- 7,8%
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Técnico superior
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- 7,6%
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Se até janeiro a realidade já era per si bastante negativa, chegados ao fim do primeiro semestre deste ano, as dificuldades aumentaram logicamente, enquadradas e justificadas pelo deflagrar da guerra a leste da Europa. Em termos mais latos no tempo, os trabalhadores da administração pública perdem poder de compra há mais de uma década, sem qualquer arrependimento, quer por parte dos governos PSD/CDS, quer pelos últimos governos PS. Muito pelo contrário, foram de facto muito ágeis em não conceder respostas aos problemas sentidos, primeiro pelos trabalhadores, depois pelos serviços públicos junto das suas respetivas populações.
Desprezar os trabalhadores é criar condições para degradar os serviços públicos e com isso negar importantes direitos às populações de norte a sul do país.
Que diz o Governo sobre a revogação do SIADAP? A revisão da Tabela Remuneratória Única (TRU)? A identificação e regulamentação das profissões de desgaste rápido? A reposição do valor do trabalho suplementar? O aumento do subsídio de almoço? A revisão das regras para a aposentação? A diminuição do valor para a ADSE (1,5% sobre 12 meses)? Em suma, que diz o Governo sobre as inúmeras reivindicações dos trabalhadores do setor público? Simplesmente nada diz.
Bom, para sermos corretos, o Governo demonstrou em junho a intenção em valorizar os trabalhadores da administração pública com o grau académico de doutoramento, desconhecendo-se, contudo, para quando na prática. Mesmo assim, excluiu o grau de mestrado, apesar de ter sido uma promessa em tempo de campanha eleitoral, demonstrando que mesmo o pouco que o PS/António Costa promete, rapidamente o esquece. Contudo, dentro da realidade que melhor conhecemos, a do município de Lisboa, observemos o Balanço Social da CML de 2021: de um total de 9.786 trabalhadores, apenas 16 eram doutorados. Ou seja, 0,16%! Percebe-se facilmente o alcance desta vontade…
A vida agrava-se indesmentivelmente para a imensa maioria dos portugueses. O número de trabalhadores que empobrecem a trabalhar dispara e não se vislumbram respostas a esta realidade. Aliás, temos um Governo que prefere discursar e debater os assuntos que lhe interessam, nos quais não cabem, em lado algum, as preocupações, dificuldades e reivindicações dos trabalhadores. Este Governo vive numa bolha, alheio ao país que se afunda pela sua inércia, desinteresse e presunção.
São estas as razões, entre muitas outras, que nos motivam à participação na jornada de luta nacional convocada pela CGTP-IN para 7 de julho. São as nossas vidas que estão em cima da mesa. Exigimos respostas e soluções!
Às 15h00 todos ao Marquês de Pombal, de onde sairemos rumo à Assembleia da República! Quanto mais calados, mais roubados!
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