Comemoramos 48 anos da revolução que em 1974 abriu Portugal à liberdade e à democracia!
Marco maior da nossa História contemporânea, a “revolução dos cravos” pôs termo a uma ditadura fascista que durante quase um século condenou o povo português à pobreza, à miséria, ao analfabetismo, ou à guerra que tantas vidas ceifou e tantas outras deixou estropiadas, para não referir os mais de um milhão de portugueses que fugiram do seu país porque na sua terra não vislumbravam uma vida digna, em paz e em liberdade. Um tempo macabro que perseguiu, torturou e assassinou milhares que corajosamente lutaram por uma sociedade livre e democrática.
Com o 25 de Abril, foi possível construir uma nova Constituição! A Constituição da República Portuguesa (CRP), ainda hoje das mais avançadas e progressistas do mundo, garantiu liberdades, direitos e garantias até então nunca permitidas. A liberdade de associação política e sindical. A liberdade de igualdade, no trabalho, na sociedade e na vida em geral. No campo da emancipação das mulheres, o direito a terem as mesmas oportunidades que os homens, para além de direitos inéditos no campo da sua sexualidade, família e reprodução.
O direito ao trabalho com direitos, à negociação coletiva, ao salário mínimo nacional, às férias e às férias pagas, à proteção e segurança social, na vida ativa e depois na aposentação. Também na democratização ao ensino, para todos e a todos os níveis de escolaridade. Ou ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), como medida maior na melhoria das condições de vida no campo da prevenção, do tratamento e da recuperação dos portugueses, independentemente da idade ou da condição económica de cada um.
Muitos foram os avanços alcançados com a revolução de 1974, plasmados depois na CRP. O processo revolucionário foi invertido a partir do 25 de novembro de 1975, momento em que se inicia o contraciclo que dura até aos dias de hoje. O empobrecimento dos trabalhadores portugueses, através de uma prática institucionalizada de baixos salários, a banalização da precaridade, o desinvestimento no SNS e na Escola Pública, a dependência pelos mercados externos depois da destruição do aparelho produtivo nacional assumido por sucessivos governos do PS-PSD-CDS, conduziram o país para a cauda da Europa em termos de desenvolvimento, qualidade de vida e perspetivas de futuro.
Portugal continua a ser um dos países mais pobres do velho continente. Continua mergulhado na realidade que identifica os trabalhadores portugueses como dos mais mal pagos e com maiores cargas horárias de trabalho do espaço da União Europeia, a par de um fardo fiscal dos mais elevados.
Depois do aproveitamento da pandemia pelos grupos económicos para acumularem lucros colossais, enquanto os trabalhadores eram atingidos nas suas condições de vida e direitos, está agora em curso um processo de aproveitamento da guerra e das sanções para um brutal aumento de preços e degradação do poder de compra dos salários, empobrecendo os trabalhadores ao mesmo tempo que as multinacionais promovem a especulação e se preparam para concentrar lucros e dividendos cada vez maiores.
Perante o aumento dos discursos e das campanhas defensoras de práticas discriminatórias e antidemocráticas, como a limitação à liberdade sindical, a xenofobia, o racismo e a desigualdade de género, impõe-se respostas firmes, assumindo o cumprimento da CRP, referência maior da Revolução dos Cravos, garantindo a sua matriz democrática, progressista e solidária.
Defender a Revolução de 1974, é defender uma vida digna para os trabalhadores e o povo português de acordo com os valores e premissas indissociáveis do 25 de Abril. É defender a paz e dizer não à guerra. Sem liberdade e paz, não é possível a democracia e, sem democracia e paz, não é possível a liberdade!
No dia 25 de abril, estaremos às 14h30 no Marquês de Pombal, fazendo transbordar depois a Avenida da Liberdade até ao Rossio. O STML marcará presença no seio do Movimento Sindical Unitário da CGTP-IN. Aos trabalhadores de Lisboa, o apelo à participação nas comemorações que, acima de tudo, marcam um dia de luta onde se exige um futuro melhor, inseparável de um país soberano e independente.
25 de Abril, SEMPRE! fascismo NUNCA MAIS!
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