1º de Maio - 15H00 - Martim Moniz rumo à Alameda |
Segunda, 28 Abril 2014 09:45 |
Às 15h00 no Martim Moniz rumo à Alameda
Vivemos uma das fases mais dramáticas da história recente do nosso país, com particular incidência nas condições de vida dos trabalhadores e do povo português. Em 40 anos de liberdade e democracia, conquistadas pela Revolução de Abril, não há memória de uma política de terrorismo social como a defendida e implementada por Passos & Portas, os arautos do PSD/CDS-PP. É evidente a caminhada a passos largos para um passado inaceitável em que os salários de miséria, o desemprego, a pobreza e a emigração, eram realidades com que o país e os portugueses se confrontavam. Essa época de obscurantismo parece regressar agora com esta gente sem escrúpulos que nos desgoverna e nos mente diariamente com promessas de recuperação económica e melhoria das nossas vidas. Promessas que inexoravelmente chocam com a realidade do dia-a-dia de todos nós! São estes motivos, entre muitos outros e conhecidos de todos, que nos devem mobilizar para o 1º de Maio, o dia internacional do trabalhador, em que exigimos o que nos roubaram, e em que saímos à rua defendendo os nossos direitos, a nossa dignidade e as nossas vidas! Os trabalhadores portugueses, e em especial os trabalhadores do município de Lisboa que na Câmara Municipal, nas Juntas de Freguesia ou nas empresas municipais têm sido tão mal tratados, não podem continuar a aceitar o esbulho a que têm sido sujeitos pela mão de um governo que, hipócrita e cinicamente, afirma que "Portugal está melhor, os portugueses é que não"! No município de Lisboa, as condições de trabalho agravam-se indesmentivelmente, com trabalhadores acantonados em postos e edifícios sem condições mínimas de saúde e segurança. A falta de pessoal começa a roçar os contornos de uma trágica comédia, associada a uma sobrecarga de trabalho com o risco crescente para a integridade física dos trabalhadores. Por outro lado, aumenta a incerteza em relação ao futuro, face a um processo de desmantelamento da CML ainda em curso, materializado na transferência compulsiva de centenas de trabalhadores para as juntas de freguesia, que terá durante o mês de Maio a sua segunda fase. No plano da política nacional, se já não bastasse os problemas concretos que nos afligem diariamente nos nossos locais de trabalho, temos um governo que afirma que depois da saída da troika, a 17 de Maio, o país entrará finalmente na rota do desenvolvimento, da pretensa recuperação económica. Contudo, este otimismo pré-fabricado e falacioso, disfarça nos seus objetivos a vontade dos partidos do governo recuperarem da sua má imagem face à necessidade em obterem bons resultados nas eleições para o Parlamento Europeu a 25 de Maio. Um discurso desconstruído ironicamente pelos próprios dirigentes da troika, que assinalam a continuação da austeridade muito para além de Maio. Ideia igualmente confirmada pela mutação dos cortes salariais na administração pública que de temporários querem passar a definitivos. Não nos resta outra solução que não passe pela organização da nossa luta, procurando a derrota, urgente e inadiável, deste governo e desta política. Quarenta anos depois da revolução que libertou Portugal da ditadura fascista de Salazar e Caetano, assistimos a um retrocesso civilizacional no que diz respeito a matérias como: Direitos laborais e sociais, conquistas como educação, saúde, Segurança Social e a autonomia do poder local democrático. Actualmente, o Salário Mínimo Nacional (SMN) é inferior ao que se observava em 1974, quando o mesmo foi criado, tal como o poder de compra é inferior ao daquela época. Isto são exemplos paradigmáticos das consequências de uma política que não serve os interesses do país e muito menos dos trabalhadores portugueses. São muitos os motivos que nos devem erguer a voz e o protesto! Às 15h00 no Martim Moniz rumo à Alameda, celebramos o nosso dia, mas principalmente exigimos a recuperação das nossas vidas, dos nossos direitos e dos nossos salários! A luta é de todos, porque todos estamos a ser roubados por uma corja sem escrúpulos! Demitir o governo, convocar eleições antecipadas é a prioridade que nos motiva e mobiliza! Exigir a assinatura dos ACEEPS junto dos presidentes de Junta da cidade de Lisboa é um assunto de capital interesse para a defesa dos nossos direitos e das nossas aspirações! Exigir junto do executivo municipal o reforço de pessoal em inúmeros sectores profissionais, hoje à beira da rutura total, é uma reivindicação central e urgente! Exigir nas empresas municipais o respeito pelos Acordos de Empresa, é um assunto do qual não abdicamos!
O 1º de Maio de 2014 é especialmente um dia de luta de todos os trabalhadores, mas em especial dos trabalhadores do município de Lisboa!
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