Concentração às 14h30 no Rossio
Pré-aviso de greve das 12h00 às 21h00
A 27 de março, os jovens trabalhadores portugueses saem à rua em luta, em protesto e alavancando as suas reivindicações próprias! Esta jornada de luta nacional, descentralizada nas cidades de Lisboa e do Porto, é convocada pela InterJovem/CGTP-IN. Em Lisboa, a concentração será no Rossio a partir das 14h30, saindo depois para a Assembleia da República.
É certo que muitas destas reivindicações ‘já não têm idade’, mas também não é menos verdade que no início da vida profissional de cada um, há direitos e garantias que na sua ausência limitam e constrangem, em alguns casos dramaticamente, a construção de uma vida, seja pela impossibilidade real de sair de casa dos pais, face aos preços exorbitantes e vergonhosos que o mercado da habitação apresenta atualmente, seja pelos baixos salários ou pela precariedade dos vínculos laborais que impede objetivamente alicerçar horizontes de vida estáveis e seguros.
São razões mais do que suficientes para expressar publicamente o desagrado de milhares de jovens trabalhadores, os tais que muitos (ir)responsáveis políticos referem ser o futuro do país, mas que na prática os condenam, pelas suas opções políticas, a procurar noutros países não raras vezes, perspetivas de trabalho e logicamente de vida, mais favoráveis.
O desemprego em Portugal afeta, em particular os mais jovens: em 2023, segundo o INE, nos jovens até aos 25 anos de idade, a taxa de desemprego situava-se nos 20,3%. Também segundo o INE, no último trimestre de 2023, 33% dos trabalhadores menores de 35 anos tinham vínculos precários, aumentando para os 54% entre os menores de 25 anos. Acresce que a precariedade laboral é a principal causa de desemprego (46%), sendo também responsável por salários inferiores aos já de si baixos salários dos trabalhadores com vínculo permanente: 888€ em termos líquidos para os trabalhadores com vínculos precários face a 1.078€ entre os trabalhadores permanentes (dados do INE/4ºtrimestre de 2023).
Na cidade de Lisboa, a realidade dos números e percentagens atrás referidas, sente-se principalmente nas Juntas de Freguesia (precariedade), na Câmara Municipal e Juntas de Freguesia (baixos salários), na Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e Empresas Municipais quando se fala de polivalência, desregulação e flexibilidade de horários e, em termos latos, dos salários baixos que impedem, por exemplo, viver em casa própria (seja com crédito à habitação, seja no mercado arrendatário) na cidade onde se trabalha. Lisboa, neste particular, difere substancialmente da realidade de muitas cidades capitais da Europa: a maioria de quem trabalha na capital (no setor público ou privado), não consegue viver em Lisboa!
Dia 27 de Março, entre outras reivindicações, exigimos:
- Fim da precariedade laboral - a um posto de trabalho permanente, um vínculo efetivo;
- Aumento GERAL dos salários:
i. Aumento de 15%, com mínimo de 150€;
ii. Fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1.000€ em 2024;
iii. Revisão da Tabela Remuneratória Única (TRU) da Administração Pública;
- Revogação do SIADAP;
- Identificação e regulamentação das profissões de desgaste rápido.
Nos 50 anos da Revolução de Abril, urge respeitar e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, sublinhando os seus Princípios e Direitos constitucionais, como o Direito às Funções Sociais do Estado: nas áreas da Saúde, Educação, Habitação, Cultura, Proteção e Segurança Social.
De forma a permitir a participação do maior número de jovens trabalhadores do município de Lisboa, entre Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e Empresas Municipais, o STML colocou um pré-aviso de greve das 12h00 às 21h00 para todos os trabalhadores até aos 35 anos de idade, inclusive.
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