Dia Internacional do Trabalhador
Num contexto de pandemia que muito tem servido para denegrir quem vive do seu trabalho, as comemorações do 1º de Maio deste ano revelam-se de uma importância maior.
Para os trabalhadores da administração pública em particular, a covid-19 serviu de justificação para a adoção massificada do teletrabalho, dos horários desfasados, em espelho, etc. Muitos são os problemas que decorrem da urgência sanitária em que o país entrou, deixando demasiadas vezes para os trabalhadores os encargos e transtornos que um contexto pandémico acarreta.
O Governo desresponsabilizou-se em matérias transversais para a vida em comum, descurando a segurança e a prevenção de milhares e milhares de trabalhadores. Não soube, ou não quis responder às quatro dimensões essenciais à vida de cada um, à vida de todos, nomeadamente, no reforço do Serviço Nacional de Saúde, na salvaguarda das condições de trabalho, melhorando a qualidade e a oferta no campo dos transportes públicos, além de avaliar e criar condições de habitabilidade, no que diz respeito ao princípio constitucional do direito à habituação.
Não se estranha portanto que, perante a ausência de vontade política em proteger o direito ao trabalho e o trabalho com direitos, se assista ao aumento inusitado do desemprego - mais de 590 mil desempregados -, mas também ao alastrar da pobreza, mesmo de quem trabalha. Muitos são os trabalhadores que empobrecem a trabalhar, numa situação de todo inaceitável e insustentável.
Aos trabalhadores dos serviços essenciais, apesar de todas as palmas e elogios, a verdade é que continuam esquecidos nas opções do Governo. Aumentos irrisórios; recusa em repor direitos; argumento pandémico para impedir o avanço de matérias, como a regulamentação das profissões de desgaste rápido -, além de ainda não terem sido revogadas muitas outras que há muito os prejudicam.
É contra este ‘estado de coisas’ que os trabalhadores devem sair à rua no 1º de Maio, o seu dia! Não será a pandemia que nos irá calar ou retirar força às nossas reivindicações, muitas e todas elas justas e legítimas.
Às 14h30 no Campo Pequeno (Praça de Touros) rumo à Alameda, faremos em segurança e com os devidos distanciamentos, um grande Dia Internacional do Trabalhador.
Não cales o teu descontentamento, não vires costas à luta que acima de tudo é tua, é de todos!
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