A CGTP-IN e os seus Sindicatos irão marcar o Dia Internacional do Trabalhador com uma iniciativa que respeitará, em todas as dimensões, o contexto muito próprio em que atualmente nos encontramos. A pandemia da Covid-19 assim obriga, como é natural.
Sem colocar em causa e muito menos desvalorizar os cuidados a ter em termos de prevenção e segurança, especificamente sobre o imprescindível distanciamento físico e a não promoção de aglomerados desnecessários de pessoas, não podemos deixar de comemorar os 130 anos do 1º de Maio, fazendo deste dia uma jornada de denúncia e luta pelos direitos dos milhares de trabalhadores que, de norte a sul do país, sofrem neste preciso momento, as consequências da política da selva imposta por centenas de empregadores e patrões.
Também o Governo PS não fica isento, ao manter-se passivo perante as constantes reclamações de trabalhadores e sindicatos. O desemprego subiu em flecha, com mais de trezentos mil novos desempregados; a inatividade e a perda de rendimento afetam quase dois (2) milhões de trabalhadores portugueses! Inaceitável!
Por outro lado, milhares de trabalhadores continuam a laborar em condições precárias, que não lhes podem ser de todo imputadas, onde não se respeitam as orientações da DGS. Somam-se as persistentes carências de equipamentos de proteção individual, aumentando os riscos para a sua saúde e para a sua vida.
Os trabalhadores dos serviços e sectores de atividade considerados essenciais, não têm em correspondência ao seu carácter de 'imprescindíveis', os salários e direitos dignos que justamente deveriam ter. É também a hipocrisia do Governo e de muitos empregadores, que criticamos e denunciamos.
O fantasma da austeridade regressa novamente pelos profetas das desgraças inevitáveis. Afirmam que para os próximos anos, os trabalhadores, principalmente os do setor público, terão, uma vez mais, de "apertar o cinto", de saber aguentar sacrifícios a bem do futuro...
É bom relembrar que a crise financeira iniciada em 2008, foi suportada de forma brutal pelos trabalhadores e aposentados. Ainda hoje andamos a pagar essa crise. Querem agora ignobilmente impor nova fatura? E qual a responsabilidade das grandes empresas e bancos privados? Aparentemente, poderão ficar à sombra dos nossos sacrifícios, enquanto aprofundam os seus lucros de forma a manter a distribuição dos escandalosos dividendos a que nos habituaram.
Os trabalhadores portugueses não podem passar um cheque em branco a quem, por um lado, afirma respeitá-los, por outro, acena com nuvens negras para o seu futuro imediato.
Não iremos calar, nem nos iremos conformar perante as vontades que se erguem contra o mundo do trabalho, contra todos nós!
Com responsabilidade, saberemos estar no 1º de Maio em defesa de quem faz o país avançar! Viva o Dia Internacional do trabalhador! Viva o 1º de Maio!
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