Num momento em que procuramos recuperar direitos e valorizar salários, até agora negados à imensa maioria dos trabalhadores portugueses, as comemorações do 1ºde Maio, o nosso dia, revela uma importância maior, muito para além das celebrações propriamente ditas. Trata-se, principalmente, de um dia de luta!
O atual contexto político tem sido, em teoria, propício à recuperação dos rendimentos esbulhados durante anos por opções, ora escondidas pela lógica da "austeridade" ou pelo controlo obsessivo das contas públicas, em suma, de imposições e sacrifícios, mas sempre para os mesmos. Para 2019, o Governo decidiu 50 milhões para valorizar salários na administração pública, opção que na prática excluiu cerca de 90% dos trabalhadores... Porém, para a banca privada, optou-se por valores na ordem das centenas de milhões!
O Governo PS, nas reuniões com os sindicatos da FCSAP, tem demonstrado preocupação pelas reivindicações apresentadas, como as que exigem a identificação e regulamentação das profissões de desgaste rápido, também a regulamentação dos complementos remuneratórios, entre os quais, o de risco, penosidade e insalubridade, sobre a implementação de um novo sistema de avaliação (revogando o siadap), ou sobre a revisão das carreiras, a reposição dos 25 dias de férias, a aposentação, a ADSE...e muitas mais. Contudo, até agora, no concreto, nenhuma decisão foi assumida. Brincam, no essencial, com a vida a as expetativas dos trabalhadores!
Na realidade concreta do município de Lisboa, o 1º de Maio será, também, uma oportunidade única para dar um forte sinal o Executivo Municipal sobre o que interessa resolver em torno dos problemas, vários e complexos, que afetam os trabalhadores. Na limpeza urbana, na ação social, no urbanismo, nos cemitérios, jardins, oficinas mecânicas, sapadores bombeiros, entre outros, aprofundam-se as consequências de opções políticas que em nada favorecem os interesses de quem corporiza estes serviços municipais. Muito menos contribuem para a qualidade do serviço público que se deve prestar à cidade e à população de Lisboa. O 'quero, posso e mando', apresenta-se como uma cartilha cada vez mais fechada para o executivo PS/BE.
Nas juntas de freguesia, a luta de todos os dias por melhores condições de trabalho, pelo respeito por direitos e dignidade ou pela regularização dos vínculos precários, tem no 1º de Maio um marco que interessa projetar, fazendo deste dia, um grito de revolta contra a inércia, arrogância e prepotência enquanto apanágios de muitos executivos.
A luta por melhores salários, também se impõe nas empresas municipais, cabendo aos trabalhadores assumir a sua responsabilidade no processo reivindicativo que lhes diz respeito.
O 1º de Maio agrupa e procura convergir a luta dos trabalhadores do município de Lisboa, em particular da câmara, juntas e empresas municipais. Às 15h00, estaremos no Martim Moniz, com espaço próprio do STML, rumo à Alameda. Lá vos esperamos! Sempre com a força de quem luta!
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