Ao fim de quase uma década de estagnação salarial e de uma prática quase institucionalizada de não resposta por parte de sucessivos governos às reivindicações dos trabalhadores do setor público, não nos resta outro caminho que não passe pela greve!

Uma luta que procura num momento sensível – discussão e aprovação da Lei do Orçamento do Estado para 2019 – influenciar o rumo dos acontecimentos que têm lugar na Assembleia da República, num sentido que vá de encontro às expetativas de milhares de trabalhadores, há muito condenados à estagnação, congelamentos, vilipendias e esbulhos face a opções políticas que repetidamente têm negado direitos, mas também um futuro e uma vida digna.

A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, que o STML integra, entregou ao Governo de Costa e Centeno, em setembro último, a Proposta Reivindicativa Comum para o próximo ano. Exigimos uma negociação séria face aos 4% e 60 euros no mínimo de aumento salarial reivindicado, em detrimento da farsa negocial que neste momento está a ser construída.

À mesa da negociação, o Governo não apresenta qualquer contraproposta (através de números e/ou percentagens), mas logo instrumentaliza a comunicação social anunciando ninharias (50 milhões para cerca de 700 mil trabalhadores, quando só o Novo Banco poderá ter uma injeção de mais de 700 milhões de euros!). Uma estratégia que procura unicamente colocar a opinião pública contra os trabalhadores do Estado, trabalhadores contra trabalhadores ou mesmo trabalhadores contra os sindicatos.

Defendemos um aumento salarial justo e equitativo para TODOS os trabalhadores da administração pública, tendo como referência a proposta apresentada (4%/60€) à qual o Governo deve obrigatória e seriamente responder.

Mas se a questão salarial é central, não desvalorizamos a importância de respostas a outras reivindicações, até agora ignoradas pelo Governo minoritário do PS.

Muitas outras matérias poderiam aqui ser incluídas, mas é notória a falta de vontade política em solucionar problemas que degradam inegavelmente a vida e o trabalho de milhares de trabalhadores da administração pública, numa realidade ainda mais negativa quando se importa a administração local onde os trabalhadores perderam, só nos últimos 8 anos, 17,3% do seu poder de compra!

Razões de sobra para aderir à greve convocada para 26 de outubro! A luta é de todos, e todos deve envolver! Não cales agora o teu protesto!

Pré-aviso de greve das 00h00 às 24h00 do dia 26 de Outubro