A 31 de Janeiro, numa concentração convocada pelo STML, os trabalhadores da Direcção Municipal da Cultura (DMC), em particular do Arquivo Municipal de Lisboa (Bairro da Liberdade) e da Videoteca entre outros serviços, concentraram-se nos Paços do Concelho.

O propósito desta ação de protesto passou pela entrega de um abaixo-assinado ao Presidente da autarquia onde se exige esclarecimentos e informações sobre os vários processos de mudança de instalações previstas sucederem durante o ano de 2018. Em perspetiva, a relocalização de alguns serviços nas instalações, ainda em estado de recuperação, do Alto na Eira.

Apesar do referido conhecimento público sobre as decisões políticas assumidas no anterior mandato autárquico, os trabalhadores do Arquivo Municipal do Bairro da Liberdade, enquanto parte especialmente interessada neste processo, têm sido alheados do mesmo, numa prática de todo incompreensível.

Constituída uma delegação envolvendo Dirigentes e trabalhadores, a mesma foi recebida pela Vereadora Catarina Vaz Pinto e pelo Director Municipal da Cultura. Desta reunião sobressaem vários compromissos assumidos pela CML que, em teoria pelo menos, vão de encontro às principais pretensões dos trabalhadores. As próximas semanas serão determinantes para avaliar, na prática, a assunção desses mesmos compromissos, sendo prioritário a realização de uma reunião alargada com todos os trabalhadores da DMC, do Arquivo Municipal de Lisboa e Videoteca em particular. Para o futuro, enquadrado porém no atual mandato, a avaliação pelo Executivo Municipal sobre a reabilitação de um edifício que consiga agregar todos os serviços e valências atualmente sob a alçada da DMC, dignificando o que deve ser o Arquivo Municipal da cidade de Lisboa, enquanto uma das mais importantes capitais da Europa.

Neste contexto, relembramos ainda os fundamentos e reivindicações do abaixo-assinado subscrito por perto de uma centena de trabalhadores. Assim,

Considerando:

a) Que são os trabalhadores, com formação, conhecimentos e competências técnicas inegáveis os que de facto materializam a missão pública incumbida à autarquia de Lisboa na área altamente especializada da salvaguarda e consulta ao Arquivo Municipal, fonte da História milenar da cidade;

b) Que são os trabalhadores que permitem e disponibilizam condignamente o acesso a documentos únicos da História de Lisboa, quer a munícipes quer a visitantes e investigadores, valorizando por esta via a própria autarquia e a cidade em particular;

c) A desvalorização altamente contraproducente que até agora se tem verificado, face aos contributos passíveis de serem importados pelo conhecimento e experiência dos trabalhadores em causa num eventual processo de reinstalação e operacionalização do Arquivo Municipal de Lisboa;

d) O desagrado crescente que a sua não auscultação tem provocado, alimentando inclusive a vontade expressa em solicitar a mobilidade interna para outros serviços municipais;

e) O compromisso assumido, em 2017, entre o Vereador do Pelouro dos Recursos Humanos e Finanças e o STML no que concerne aos trâmites implícitos à mudança física de serviços municipais, procurando salvaguardar em todas as dimensões possíveis os interesses e direitos dos trabalhadores e as condições de saúde e segurança no trabalho;

Os trabalhadores da DMC, em especial do Arquivo Municipal de Lisboa, exigem:

• A realização de uma reunião alargada entre a Vereadora do Pelouro da Cultura e o Vereador dos Pelouro dos Recursos Humanos e Finanças com todos os trabalhadores num espaço físico adequado onde este assunto possa serrefletido e debatido valorizando, sem exceção, todos os potenciais contributos.
  
  
• Caso tal não venha a suceder no mais curto espaço de tempo, decidirão os trabalhadores com o Sindicato a realização das formas de denúncia e luta que se considerem oportunas e indispensáveis objetivando a defesa dos seus interesses.