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Eleições Autárquicas a 1 de Outubro Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 27 Setembro 2017 11:06

Autarquicas 2017Para os trabalhadores das autarquias de Lisboa – Câmara e Juntas de Freguesia – as eleições do próximo dia 1 de Outubro será um momento de maior importância. Sabemos que muitos dos problemas que nos afetam, enquanto trabalhadores da administração local, dependem em alguma medida das opções políticas dos respetivos Executivos. Na nossa cidade, os últimos quatro anos foram marcados por profundas alterações que influíram negativamente na vida de milhares de trabalhadores, também das suas famílias.

Em 2014, tivemos a transferência forçada para as Juntas de Freguesia. Os que ficaram na Câmara, principalmente na Limpeza Urbana, mas não só, confrontaram-se com um cenário de rutura face à ausência de meios humanos e materiais. Os que foram para as Juntas, sofreram as agruras de uma nova realidade laboral dependente demasiadas vezes das arbitrariedades de Presidentes sem escrúpulos. Direitos e rendimentos sistematicamente colocados em causa, contrariando as declarações, em 2014, do então presidente da CML António Costa quando afirmou que "não haveria perda de direitos na transferência para as Juntas de Freguesia". Afirmou também categoricamente que "não haveria lugar a concessões a privados" dos serviços públicos a realizar pelas Freguesias face às novas competências atribuídas. Enganou-se não uma, mas duas vezes. Um "engano" recapitule-se, sufragado pelo PS, PSD e CDS-PP na Assembleia Municipal de Lisboa em Janeiro desse mesmo ano.

Na Freguesia das Avenidas Novas concessionou-se (à SUMA) uma parte da limpeza e varredura das suas ruas. Jardins e espaços verdes são explorados por empresas privadas um pouco por todo o lado, sempre associado a prejuízos para o bem-estar, não só das zonas verdes mal tratadas, mas também das respetivas populações. No plano dos direitos, centenas de trabalhadores continuam à espera de uma solução ao problema do gozo das folgas acumuladas por "necessidade de serviço". Outros viram os seus rendimentos diminuídos e os seus direitos negados como nos casos envolvendo o acesso à Medicina do Trabalho.

Fomos ainda confrontados, apesar da denúncia, contestação e luta de trabalhadores e STML, a um corrupio de decisões por parte do Executivo PS, que, ausentes de estratégia e planeamento, empurraram inúmeros serviços e centenas de trabalhadores para novas realidades geográficas em termos de instalações. Desvalorizadas, pelo menos inicialmente, as matérias sobre condições de trabalho, higiene e segurança. Colocado em risco, a prestação de um serviço público de qualidade nas mais variadas dimensões. Exemplos foram os casos dos trabalhadores e serviços situados no Complexo de Alcântara e da Boavista, transferidos abruptamente para o edifício do Entreposto. Dos trabalhadores do Posto do Calhariz relocalizados e distribuídos pelo degradado e insalubre Posto de Limpeza de Sete Rios e pelo Posto de Telheiras, hoje mais se assemelhando a uma gigante 'lata de sardinhas'. Ou ainda, das peripécias em torno da mudança do Serviço Municipal de Proteção Civil da Praça de Espanha para o Monsanto.

 

Por outro lado, totalmente esquecidos os trabalhadores dos Julgados de Paz, do Edifício Municipal do Campo Grande, da Videoteca, dos eletricistas do DIP e do DEMIEM, e de tantos outros que continuam à espera que se resolvam os problemas com a falta de condições de trabalho ou de respostas às suas reivindicações.

 

Quer aceitemos ou não a importância da política nas nossas vidas, é um facto incontornável as consequências negativas de uma 'má política', contrária aos interesses dos trabalhadores e dos lisboetas. Assim se tem portado a maioria absoluta do PS na CML. Dia 1 de Outubro, podemos criar outras condições políticas, mais favoráveis aos nossos interesses, enquanto trabalhadores e/ou munícipes, ou podemos deixar correr a mesma água sob a mesma ponte...nas nossas mãos, o nosso futuro. Votar com consciência e consequência é imprescindível!