Entrega de Petição Em defesa dos Serviços Públicos de água, saneamento e gestão de resíduos |
Quinta, 28 Abril 2016 15:33 |
Uma delegação da Plataforma «Em defesa dos serviços públicos de água, saneamento e resíduos», integrada por Jorge Fael (Água Pública), Nuno Almeida e Vitor Reis (STML), Maria Fernanda (MUSP), Fátima Amaral (STAL) e José Martins (SITE-SUL), entregou hoje, 28, na Presidência da Assembleia da República, a petição «Em defesa dos serviços públicos de água, saneamento e resíduos» A entrega das mais de 6500 assinaturas decorreu num encontro com o deputado José Manuel Pureza, vice-presidente, em representação do deputado Ferro Rodrigues, presidente do Parlamento. Na reunião com o vice-presidente, os membros da Plataforma afirmaram que a petição é o prosseguimento da luta desenvolvida pelas populações, trabalhadores e municípios contra a privatização da Empresa Geral do Fomento (EGF) e as fusões dos sistemas multimunicipais de águas, impostas pelo anterior governo PSD/CDS, e denunciaram as graves consequências económicas, sociais e ambientais destas medidas. Aumento dos preços No caso dos lixos, a previsão na subida dos preços em 2016, só no sistema da Valorsul, pode ascender a 4,63%. No sector da água, a prometida redução dos preços em resultado das agregações é uma falácia, pois a realidade é que sobem no litoral como consequência das fusões e sobem no interior, devido às imposições do regulador, a ERSAR, para a recuperação dos custos, e à situação deficitária da maioria dos sistemas municipais, consequência aliás da integração nos sistemas multimunicipais. Privatizações e fusões não criam postos de trabalho Sublinhando que as consequências sobre os trabalhadores são igualmente graves, a Plataforma recordou que os planos da SUMA para a EGF e alguns estudos de viabilidade económica das mega empresas multimunicipais, como é o caso da Águas de Lisboa e Vale do Tejo, apontam para a redução dos postos de trabalho, apesar de o número de trabalhadores ser insuficiente para assegurar um serviço público de qualidade, e denunciou a implementação de medidas lesivas dos direitos dos trabalhadores como a imposição de mobilidade geográfica e o bloqueio da contratação coletiva. Reverter a privatização da EGF e as fusões das águas Exprimindo a sua preocupação e discordância com as recentes declarações do Ministro do Ambiente sobre a EGF, que considerou a privatização «um assunto praticamente encerrado», a delegação reafirmou a exigência de que a sua reversão é uma condição essencial para garantir uma política de resíduos norteada por «razões ambientais, pela defesa do interesse público e não pelo lucro», tendo manifestado a importância de o Parlamento responder positivamente a esta bem como às demais exigências da petição:
Aguarda-se agora que a petição suba a plenário o mais brevemente possível. Lisboa, 28 de Abril de 2016 |