STML - Desde 1977 a lutar pelos trabalhadores
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45º Aniversário da CGTP-IN Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 30 Setembro 2015 14:38

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É num contexto de ditadura, marcada pela repressão policial e pela censura, que nasce a CGTP-IN. A central sindical, herdeira incontestável do sindicalismo português originário do fim do século XIX, inícios do século XX, é constituída formalmente a 1 de Outubro de 1970 depois do consenso obtido por várias direções sindicais.

Entre os sindicatos fundadores da CGTP-IN, destacam-se o sindicato dos bancários, dos caixeiros, dos lanifícios e dos metalúrgicos de Lisboa. Soma-se posteriormente a 11 de Outubro, mais dez estruturas sindicais provenientes do Porto, Coimbra, Castelo Branco e Guarda.

Entre Outubro de 1970 e Maio de 1971 realizam-se onze (11) reuniões intersindicais, representando as últimas cerca de 200 mil trabalhadores. Os alicerces da CGTP-IN solidificavam-se paulatinamente com a consciência, a luta e a determinação de quem trabalhava sob duras condições, explorados pelo patronato e reprimidos pelo regime fascista de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar. Muitos foram os dirigentes sindicais perseguidos e presos pela polícia política do regime, a PIDE/DGS.


Contudo, a legitimidade do movimento sindical da CGTP-IN continuou a crescer no seio dos trabalhadores portugueses. Sempre que esbirros da PIDE impunham os calabouços aos seus representantes sindicais, os trabalhadores elegiam novos dirigentes, continuando assim o trabalho e a luta pela defesa dos seus direitos e das suas condições de vida.
Foi com este prestígio que o movimento sindical da CGTP-IN se tornou num dos atores centrais na Revolução do 25 de Abril de 1974, sendo a primeira organização social a conceder o seu apoio e a reagir no plano imediato da ação concreta, ao levantamento militar dos capitães de Abril.

Ao longo dos últimos anos, muitos fatores têm contribuído para um suposto e relativo enfraquecimento do movimento sindical. A desregulação do mundo do trabalho, a individualização e a precarização das relações de trabalho, a generalização dos baixos salários ou o aumento do desemprego têm sido o resultado das políticas neoliberais que marcam o capitalismo atual, onde o trabalhador é progressivamente explorado e vilipendiado dos seus direitos e rendimentos.

O regresso a um passado de má memória é um risco crescente que surge no horizonte de milhares de trabalhadores, com enfâse para as mulheres, duplamente penalizadas apesar de termos uma Constituição da República que define a IGUALDADE como um direito inalienável.
São estes motivos que nos devem relembrar a importância determinante da nossa organização de classe. É em torno do nosso sindicato que melhor conseguimos a força necessária à defesa dos nossos interesses e aspirações.

É unindo a vontade de cada um numa força coletiva, organizada e consequente, que melhor conseguimos impor as nossas reivindicações. Foi nesta linha que a CGTP-IN nasceu, cresceu e se desenvolve ainda, apesar de todas as dificuldades. É neste caminho que importa continuar.

São 45 anos de história, luta e confiança, sempre ao lado dos trabalhadores, procurando nunca defraudar as suas expetativas. É hoje a maior central sindical do país, representando 62,9% dos trabalhadores sindicalizados (Ferreira, 2014). É também um garante indispensável à construção de um futuro de respeito e dignidade para quem trabalha em Portugal.

O STML, que aderiu à CGTP-IN em 1985, partilha os seus princípios, valores e objetivos, assumindo orgulhosamente a matriz da cultura e da ação sindical que define na defesa dos interesses dos trabalhadores o seu eixo central.

À CGTP-IN, que marca o «Tempo com a luta de quem trabalha», e a todos que contribuem para a sua existência, parabéns pelos 45 anos de coerência, honestidade e luta. Parabéns a todos nós, trabalhadores, que de facto produzimos e fazemos avançar o país!

 

REF.
Ferreira, Isabel (2014). Género, Trabalho e Saúde em Portugal. Relatório solicitado pela European Trade Union Institute (ETUI). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. pp.1-71

 

 

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