A luta é o caminho!

O STML saúda todos os trabalhadores do município de Lisboa que participaram na manifestação realizada no passado dia 27 de Março contra o esvaziamento da Câmara Municipal.

Face às intenções do atual executivo em transferir vastas competências para as juntas de freguesia, incluindo meios materiais e humanos, os trabalhadores não tiveram outra solução que não passasse por sair à rua em luta pelos seus postos de trabalho, pelos seus direitos e remunerações.

Ao fim de três meses de espera, o STML foi finalmente recebido pelo presidente António Costa! Foi necessário uma manifestação em que participaram centenas de trabalhadores para que uma mera reunião de trabalho fosse possível realizar entre a maior estrutura representativa do município e o máximo responsável político da autarquia.

Esta ação de luta cumpriu com o seu propósito mínimo, isto é, dar conhecimento ao presidente da CML das preocupações e anseios dos trabalhadores e a recusa inequívoca em aceitar um processo de autêntica delapidação dos serviços públicos municipais.

Por este motivo afirmamos e reafirmamos que só com a luta organizada e a união de todos os trabalhadores, é que alcançamos os nossos objetivos.

Tratando-se de uma reunião de mera auscultação sobre quais as áreas e funções que António Costa pretende transferir para as juntas de freguesia, não deixámos de o alertar para as consequências de um caminho que não é aceite pelos trabalhadores, pelo sindicato e por muitas chefias intermédias e superiores desta casa, como claramente ficou patenteado no estudo / proposta elaborada pela Direção Municipal do Ambiente Urbano.

Às inquietações do STML, António Costa respondeu com um tom despreocupado, afirmando que aguarda que o estudo / proposta da DMAU que tanto o desagradou fosse reescrito de forma a ir ao encontro das suas motivações e intenções políticas. Bem podemos dizer que os “estudos” são feitos à medida de quem o encomenda.

O presidente da CML afirmou claramente que não pretende arrepiar caminho nos seus projetos de esvaziar a autarquia. “São visões”, afirmou. Para o STML também é mais do que evidente que o processo de luta que se iniciou no passado dia 27 de Março é somente o primeiro passo numa luta que será dura e que deverá envolver todos os trabalhadores da CML. Não aceitamos estas “visões” que mais não traduzem que um claro desrespeito e desvalorização por quem trabalha e que de facto são os principais responsáveis pelo funcionamento da cidade e pelo bem-estar da sua população.

António Costa afirmou ainda, que não pretende transferir para as juntas de freguesia apenas cantoneiros e/ou jardineiros mas também trabalhadores assistentes técnicos e técnicos superiores que hoje estão afetos aos serviços denominados de transversais como os recursos humanos, a tesouraria ou a contabilidade.

As intenções, se houvesse dúvidas, são mais do que evidentes. Estamos perante a maior ofensiva aos serviços públicos municipais e aos seus trabalhadores desde o 25 de Abril de 1974! E tudo pela mão de um presidente socialista?!

Para o STML não há dúvida sobre o caminho que é necessário trilhar! Um caminho de luta, determinação e confiança. Um caminho em que a união de todos os trabalhadores será a chave do maior ou menor sucesso, o mesmo é dizer, o sucesso em manter o nosso posto de trabalho, os nossos direitos além de salvaguardar a qualidade do serviço público e os direitos dos alfacinhas.

Continuaremos a exigir o imprescindível investimento nos serviços, no plano humano e material de forma a permitir a elevação da sua qualidade junto da cidade e da população de Lisboa.

A luta irá endurecer e aprofundar-se-á inevitavelmente! Não abdicaremos dos nossos postos de trabalho, dos nossos direitos e das nossas remunerações!

Viva a luta dos trabalhadores do município de Lisboa!