O STML teve conhecimento da instauração, a cerca de 80 trabalhadores afectos às Garagens dos Olivais, de processos disciplinares.

Estes processos disciplinares têm origem na acção que conduziu os trabalhadores do período nocturno a recusarem-se a vazar o lixo na noite de 14 para 15 de Maio. Este protesto, espontâneo foi alargado posteriormente aos trabalhadores do período diurno.

O STML, deslocando-se nesse dia às Garagens, alertou na altura para os perigos que os trabalhadores poderiam correr ao assumirem esta forma de luta e, em conjunto com esta estrutura sindical, definir de forma responsável, exequível e consequente, as acções de luta necessárias tendo como objectivo a satisfação das reivindicações específicas deste sector integrado no âmbito da luta mais geral da Limpeza Urbana.

Neste sentido, se construiu colectivamente a semana de greve parcial de 11 a 17 de Junho ou a manifestação realizada no dia 2 de Julho para o Largo do Intendente.

Apesar da luta desenvolvida ter sido determinante para a satisfação de um conjunto muito significativo de reivindicações - nomeadamente o pagamento integral do subsidio nocturno com respectivos retroactivos desde Março de 2012, o pagamento de trabalho extraordinário realizado em Junho de 2011, que se encontrava em falta e a conclusão do concurso para CMPVE preenchendo as 43 vagas existentes - há outras matérias que ainda estão por resolver e por isso afirmamos que a luta irá continuar. Todavia, a luta ou as lutas a desenvolver, mais uma vez, devem ser ponderadas e responsáveis.

Não podemos pactuar com decisões que empurrem os trabalhadores para becos sem saída.

É expectável que nos próximos meses, os problemas envolvendo a limpeza urbana no seu todo se agravem. Para condutores e cantoneiros, os tempos que se avizinham serão difíceis face a todas as medidas em curso que visam a destruição deste importante serviço público municipal para a cidade e população de Lisboa.

QUAIS OS PERIGOS QUE TEREMOS QUE ENFRENTAR?

• Face à legislação recém aprovada, agora é mais fácil para o executivo criar serviços municipalizados, empresas intermunicipais ou outro eventual mecanismo que tenha o mesmo objectivo, isto é, a privatização, faseada ou total, da limpeza urbana nas suas várias vertentes, desde a remoção à lavagem e varredura.

• A reorganização administrativa da cidade, com a transferência de competências da autarquia para as novas juntas de freguesia. Seguramente, um passo intermédio para a concessão / privatização dos serviços municipais.

• A “experiência piloto” que certamente será realizada por António Costa no Parque das Nações, com a eventual tentativa de privatização de uma parte deste sector profissional que poderá abrir precedentes de extrema gravidade para a limpeza urbana na sua globalidade.

A estes problemas, é necessário conjugar as intenções do governo, já demonstradas publicamente, em privatizar serviços públicos e diminuir o número de trabalhadores da administração pública, não olhando a meios para atingir este fim.

Neste sentido, deveremos ser bastante perspicazes nas formas de luta a desenvolver nos tempos mais imediatos. Só a unidade dos trabalhadores da Limpeza Urbana poderá travar os objectivos quer do governo, quer do executivo chefiado por António Costa.

No âmbito dos processos disciplinares em curso, o STML tudo fará para combater e derrotar as intenções da CML, defendendo por todos os meios possíveis, os interesses dos trabalhadores envolvidos.

Sabemos que estes processos são uma forma dissimulada de chantagem, intimidação e repressão que visam apenas um propósito, limitar e obstruir a luta dos trabalhadores afectos às Garagens dos Olivais.

O STML estará ao dispor de todos os trabalhadores que estejam envolvidos neste processo, aliás, como sempre o esteve, ao longo dos seus 35 anos de história, no sentido da resolução deste e doutros problemas.

A Unidade faz a Força!

A Direcção do STML