Assinalam-se 11 anos sobre o início da agressão da NATO contra a República Federal da Jugoslávia, perpetrada a 24 de Março de 1999.
Durante 78 dias, em total violação da Carta das Nações Unidas e desrespeitando o direito internacional, o território da Jugoslávia foi sujeito aos criminosos bombardeamentos da NATO, que deixaram um rasto de morte e de destruição e incontáveis prejuízos materiais e económicos, que levarão gerações a recuperar.
O brutal ataque à Jugoslávia provocou a morte a cerca de 4 mil pessoas, a grande maioria civis, e deixou mais de 10 mil feridos – homens, mulheres e crianças, de todas as etnias, que ainda hoje sofrem e continuarão a sofrer os efeitos da utilização pelas forças da NATO de munições de urânio empobrecido e bombas de fragmentação.
Apresentada como uma guerra «humanitária», recorrendo a poderosos meios de propaganda através dos quais a NATO difundiu a sua mentira, a agressão à Jugoslávia era parte integrante de um plano mais vasto com vista ao seu alargamento ao Leste da Europa e ao cerco cada vez mais apertado à Rússia, e à reformulação ainda mais agressiva do âmbito de actuação geográfica e operacional deste bloco político-militar – no mesmo ano de 1999 em que, na cimeira realizada em Washington, a NATO alterou o seu conceito estratégico para dar cobertura formal às novas funções que se prestava a empreender nos Balcãs e pouco mais tarde iria desencadear noutras partes do mundo.
Hoje, mais de uma década depois desta brutal e imoral agressão, a Jugoslávia foi desmantelada, sendo que antigas repúblicas ou províncias são meros colonatos sob controlo da NATO. É o caso do Kosovo, onde foi imposta uma ilegal “declaração de independência unilateral”, reina o crime organizado e está instalada uma das maiores bases militares dos Estados Unidos da América no mundo - Camp Bondsteel.
Recorde-se e denuncie-se igualmente a vergonhosa conivência e participação dos governos portugueses, desde o primeiro momento, nesta brutal agressão e violação do direito internacional, corroboradas pelo envio recente de mais um contigente de 194 soldados paraquedistas para o Kosovo.
No momento em que a NATO pretende, na cimeira que realizará este ano em Portugal, intensificar ainda mais a sua natureza agressiva e ambição de domínio mundial, nunca é demais lembrar o que foi esta criminosa, ilegal e imoral agressão.
Esta memória, fundamental para entender o tempo presente, constitui uma razão mais para que se afirme bem alto «Paz Sim! NATO Não!». Neste sentido, e integrado no âmbito da «campanha pela Paz e contra a realização da cimeira da NATO em Portugal», o CPPC convida todos os cidadãos e cidadãs amantes da paz a participar nas várias iniciativas públicas de denúncia que se irão realizar até à cimeira de Novembro.
|